quarta-feira, 16 de abril de 2014

O Prisioneiro do Céu, Carlos Ruiz Zafón


O Cemitério dos Livros Esquecidos #3

Título: O Prisioneiro do Céu
Título Original: El Prisionero del Cielo
Escritor: Carlos Ruiz Zafón (Espanha)
Editora: Objetiva (selo Suma de Letras)
Gênero: Romance, Suspense, Investigação

Quando eu escrevi sobre A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo, expliquei que estes dois livros, junto com O Prisioneiro do Céu, compunham a trilogia do Cemitério dos Livros Esquecidos. Só que a trilogia tornou-se uma série e O Prisioneiro do Céu só mais um capítulo dessa inesquecível história.

O Prisioneiro do Céu retoma a história de Daniel Sempere e Fermín Romero de Torres, que acompanhamos em A Sombra do Vento. Aqui mergulhamos no sombrio passado de Fermín e nos dias que ele passou no Castelo de Montjuic, em Barcelona, que serviu como prisão política durante o regime ditatorial de Franco, na Espanha. A história de Davíd Martín e Isabella, contada em O Jogo do Anjo, também é retomada e todas as tramas do Cemitério dos Livros Esquecidos finalmente entrelaçam-se.

O Prisioneiro do Céu é o livro de ritmo mais calmo da série até o momento, e isso de forma alguma é uma crítica à obra. Zafón demonstra um amadurecimento como escritor e um grande controle sobre sua história e seus personagens, dispensando artifícios para deixar o leitor envolvido na trama. Poucos escritores conseguem escrever bons livros de forma consistente e Zafón parece ser um deles. Estão presentes todos os elementos dos livros anteriores - suspense, investigação e mistério -, mas tudo é desenvolvido de forma tranquila e estratégica, o que permite ao leitor desfrutar dos personagens e acontecimentos. 

Um dos principais temas desenvolvidos por Zafón nessa obra é a violência institucional. Os prisioneiros do Castelo de Montjuic são, em sua maioria, opositores do regime fascista de Franco. O diretor do presídio conseguiu o cargo por conta de seus contatos políticos e sociais e não hesita em usar o sistema prisional para obter benefícios pessoais. Zafón detalha a rotina desses prisioneiros e todas as violações de direitos por eles sofrida, mas nunca é sensacionalista, já que o foco do livro nunca sai dos personagens. Zafón parece muito mais interessado no fato de que toda essa violência é ocultada de uma sociedade que prefere fechar os olhos e esquecer, o que gera passados misteriosos e histórias mal explicadas.
   
O Prisioneiro do Céu conta com uma introdução escrita pelo próprio Zafón em que ele explica ao leitor que os livros que compõe a série podem ser lidos separadamente. Ouso discordar, já que, por tudo que foi dito, não há dúvida de que a leitura desse terceiro livro não será nem um pouco proveitosa para quem ainda não teve contado com os outros dois livros da série; além de seus personagens principais terem sido apresentados nas outras obras do escritor, o fato de as histórias aqui se entrelaçarem é um dos grandes atrativos do livro.

Zafón deixa claro para o leitor, ao final do livro, que o Prisioneiro do Céu terá uma continuação. E que venha mais um livro excelente!

Nota no skoob: 4 de 5

P.S. Alguém duvida que Sofia vai ser uma das personagens principais do próximo livro?

P.S.2. O Prisioneiro do Céu confirmou minha teoria a respeito do final de O Jogo do Anjo, mas ainda assim eu queria tirar umas dúvidas com esse tal desse anjo que conhece todas as respostas... 

Para ler a resenha sobre A Sombra do Vento, clique aqui.

Para ler a resenha sobre O Jogo do Anjo, clique aqui.



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