terça-feira, 29 de abril de 2014

Eu, Robô, Isaac Asimov


Título: Eu, Robô
Título Original: I, Robot
Escritor: Isaac Asimov (Rússia, naturalizado americano)
Ano de Publicação: 1950
Editora: Ediouro (selo PocketOuro)
Páginas: 313
Gênero: Ficção Científica

Eu, Robô é um clássico tanto da ficção científica quanto da literatura mundial, já que Isaac Isamov foi pioneiro na utilização do termo “robótica” e também o responsável pela criação das três leis que seriam capazes de reger o comportamento dos robôs. Eu, Robô é uma coletânea de nove contos sobre robôs cujo fio condutor é a narração da "robopsicóloga" Susan Calvin, que está sendo entrevista por um jornalista já no final de sua vida. Os contos acompanham a experiência de vida da narradora. Assim, se no primeiro conto, chamado “Robbie”, os robôs acabaram de ser criados, no último conto, chamado “O Conflito Evitável”, eles já estão controlando a vida na Terra.

O brilhantismo de Eu, Robô reside no fato de ele ter sido escrito nos anos 50 e ter trabalhado com conceitos que só fariam sentido muitos anos depois. Além disso, foram as três leis da robótica que permitiram o desenvolvimento das histórias de robôs na ficção científica, já que até então prevalecia na literatura ficcional o que Asimov apelidou de “complexo de Frankestein”. Da mesma forma que a criatura do Dr. Frankstein voltou-se contra ele, numa punição pela afronta a Deus, os robôs até então existentes na ficção voltavam-se contra seus criadores, a exemplo do que ocorreu no filme Metrópolis, de 1927, de Fritz Lang. Asimov, ao criar as três leis, limitou o comportamento dos robôs, impedindo que eles machuquem um ser humano, o que abriu as portas da ficção científica para o desenvolvimento do tema.
  • 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
  • 2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
  • 3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
Eu, Robô é um livro de personagens planos e de pouco envolvimento emocional, mas isso não representa um defeito, mas sim uma característica da obra. O objetivo de Asimov é envolver o leitor intelectualmente e filosoficamente, desafiando-o a pensar. Cada um dos contos apresenta um problema envolvendo essas leis e a forma como ele é resolvido pelos personagens. O leitor, aos poucos, vai se familiarizando com a narrativa, tornando-se capaz de prever algumas das soluções para os problemas. É justamente isso que torna a leitura interessante e, principalmente, mentalmente instigante.

Os problemas que cercam as três leis da robótica nem sempre são de ordem técnica. No conto “Razão”, por exemplo, somos apresentados a um curioso robô que os cientistas apelidaram de “Robô Descartes”, já que ele questiona sua própria existência e duvida do fato de os homens terem sido os responsáveis por sua criação. E é assim que Asimov, ao levantar questionamentos acerca do que faz com que um robô não seja humano, nos faz também refletir sobre o que nos torna humanos.

Eu, Robô é um livro capaz de ampliar o horizonte do leitor, fazendo-o refletir sobre os avanços da tecnologia e sobre seus efeitos sobre nossas vidas. É sem dúvida um clássico.

P.S. O filme de mesmo nome, lançado em 2004 e protagonizado por Will Smith, inspira-se nas três leis de Asimov, mas ao contrário do que ocorre lá, em "Eu, Robô" as leis nunca são quebradas.    

Nota no Skoob: 5 de 5

Outras resenhas de Isaac Asimov:


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8 comentários:

  1. De tanto escutar Eve falando de Asimov e agora vc tb, toh me sentindo obrigada a botar na minha lista. =)

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    1. Asimov é bom demais, Sami! =D
      Comecei com a trilogia da Fundação, depois li "O Fim da Eternidade" e agora li "Eu, Robô". Todos são ótimos.
      Beijo!

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    2. Nunca fui leitora de ficção científica, mas acho que vou ler esse livro, já que todos dizem que é muito bom. O difícil vai ser gostar e querer todos os outros e arrumar tempo para ler tudo que a gente tem vontade.
      Beijo!

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    3. Está na hora de descobrir se é o seu tipo de leitura, Flávia. Nem todo mundo gosta, mas eu particularmente adoro.
      Beijo!

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  2. personagens principais do livro eu robo ???

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    1. Como são 9 contos, não há personagens principais (Asimov não tem apego algum a personagens). Como eu comentei, a robopsicóloga Susan Calvin está dando uma entrevista e contando os casos mais interessantes de sua carreira, mas nem ela pode ser considerada uma personagem principal. Cada conto tem seus próprios personagens... Espero ter ajudado! =D

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  3. Clássico absoluto do Asimov. Esse livro é muito bom.

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    1. Nossa, é mesmo! Rapidamente entrou para os meus favoritos ; )

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