sábado, 18 de janeiro de 2014

Ninfomaníaca, Lars Von Trier


O bom e velho Lars Von Trier me surpreendeu novamente. Para quem nunca ouviu falar dessa "figura" (não sei se existe palavra melhor para descrever ele), Lars é um cineasta dinamarquês famoso por se envolver em polêmicas. A última foi no festival de Cannes, quando ele foi acusado de ser antissemita. Lars também é famoso por seus filmes pessimistas e deprimentes. Parece ruim, mas juro que não é. Ele é a personificação do gênio incompreendido que luta contra uma depressão crônica.

Ninfomaníaca tinha tudo para ser um filme pesado, beirando o pornô, mas não é. Surpreendentemente, é o filme mais leve e bem humorado do cineasta que eu já vi.
A história é fácil de resumir: Seligman, um senhor judeu, encontra Joe, uma jovem mulher, desacordada em uma rua próxima a sua casa; enquanto ele a ajuda, ela conta sua história para ele.

Ninfomaníaca explora de forma sempre interessante a personalidade de Joe e o sexo, apesar de estar sempre lá, não incomoda ou parece ofensivo. Como a história é contada para Seligman, muitos de seus pensamentos e observações entram na narrativa, o que torna a história de Joe ainda mais curiosa e cativante.

As duas horas de filme passaram voando e eu mal posso esperar para ver o volume 2. É realmente difícil se entendiar com um filme que tem as seguintes cenas: a) um senhor caminhando calmamente para fazer compras ao som de Rammestein; b) duas adolescentes "caçando" homens em um trem ao som de "Born to be Wild"; c) uma sinfonia de Bach tocando enquanto vemos Joe com três de seus melhores amantes. 

Quem assistir com a mente aberta e lembrando que o filme é classificação 18 anos por conta das cenas de sexo com certeza vai apreciar a experiência.   

OBS: Nos cinemas brasileiros, foi lançado apenas o volume 1, que é a primeira parte da história. Pelo que entendi, a versão original do filme tinha 5 horas e meia, incluindo os dois volumes, mas chegou no Brasil com apenas 4 horas, também incluindo as dois volumes. Para ver as cenas que foram cortadas, só mesmo esperando o DVD chegar aqui no Brasil =/

     

    

4 comentários:

  1. Eduarda, primeiro de tudo, obrigada pela visita no meu blog.

    Gostei bastante do seu texto sobre o filme e tb estou ansiosa para ver as cenas cortadas. Mas em geral eu fiquei feliz pq o filme aparentemente não perdeu muita coisa.
    Trier é um gênio, apesar de tudo!

    E ah, eu tb gostaria de ser amiga da Rory. :)

    Beijos!

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    1. Com certeza vou fazer o desafio literário da Rory, mas acho que alguns daqueles livros nem foram traduzidos para o português...
      Seu blog já está no meu feed.
      Beijo!

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  2. Rpz, acabo de ver o filme. Fiquei entediada. Nao entendi o objetivo, nao achei os personagens especialmente interessantes, nao ri, nao chorei, nao sofri, nao fiquei feliz... nao nada. E veja bem, nao é que eu nao tenha compreendido a complexidade do tema ou de Joe ou do velho. Simplesmente a história nao me tocou de nenhuma forma, inclusive a propria Joe diz que a vida dela é entediante.

    Aliás, de todos os personagens do filme, me interessaria mais ver a historia da amiga B. ou da sra. H. Pra mim, elas foram o ponto alto do filme. Depois conte se o volume 2 fica melhor...

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    1. A abordagem de Lars Von Trier nesse filme é deliberadamente seca, fria, insensível. Em resumo, o filme não foi feito para tocar. Eu acho que isso é um reflexo da personalidade de Joe, que é exatamente assim. Nada emociona Joe. Ela vai vivendo sem sentir nada. O fato de ela ser ninfomaníaca paradoxalmente afasta ela do desejo, do prazer... Eu li uma crítica que dizia que Ninfomaníaca é mais um estudo de caso do que um filme. E acho que é bem por aí.
      Mas eu não fiquei entediada em momento algum. Muito pelo contrário. Acho que minha vocação para ser psicóloga entrou em cena porque fiquei tentando compreender aqueles personagens, suas motivações, seus desejos...
      Infelizmente o volume dois me decepcionou MUITO! Principalmente o final...

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