Confissões de Adolescente: O Filme

Na ordem: Carina, Tina, o Pai, Bianca e Alice

Gostei, mas não amei. E mais. Arrisco dizer que é bem provável que eu tenha gostado do filme muito mais por ele ter me feito relembrar os maravilhosos momentos da série de televisão do que pelo filme em si.

Elenco Original

Eu tive a sorte de ter assistido a série confissões de adolescente exatamente na fase em que eu mesma era uma adolescente e isso fez toda a diferença. Na época, e imagino que até hoje, a série falava para essa faixa etária como nenhuma outra tinha feito antes, e mesmo “Malhação”, da Rede Globo, não foi capaz de repetir o feito. A série era honesta, profunda e sensível, provavelmente por ter sido baseada nos diários da própria Maria Mariana, adolescente na época em que os escreveu. As quatro meninas eram tão reais que eu acreditava que as encontraria em uma esquina qualquer e o pai delas dava conselhos tão maravilhosos que não era difícil pegar aqueles conselhos e aplicar em minha própria vida.

Olivia Torres, ótima no filme

Já o filme não é tão natural. Há momentos engraçadíssimos, o sem dúvida torna o filme divertido (a paródia com Crepúsculo é simplesmente cômica), mas em geral ele é superficial na abordagem dos problemas dessas quatro meninas. Eu, por exemplo, tive dificuldade em me importar com o destino de Alice, a 3ª filha, interpretada por Malu Rodrigues, por mais complicada que fosse sua situação. Só consegui me sensibilizar de verdade com a história de Juliana, vivida pela atriz Olivia Torres, uma das colegas de sala da 2ª filha - Bianca. A atuação de Olivia Torres foi impecável e extremamente tocante.

Esse é erro comum nos filmes voltados para o público adolescente: a superficialidade. É justamente na adolescência que vivemos nossas mais profundas crises existenciais e de identidade. É uma fase de questionamentos, de dúvidas, de altos e baixos, o que exige das obras voltadas para esse público justamente o que elas não oferecem, que é aprofundamento em questões complexas e muita sensibilidade.

Outra coisa que incomodou muito no filme o excesso de nudez. Considerando que o filme é voltado para o
público jovem, achei desnecessária tanta exploração dos corpos dessas meninas e acredito que o filme teria o mesmo resultado sem essas cenas.

Não posso esconder de ninguém, contudo, que me emocionei muito nos créditos do filme, quando a música tema da série “Sina”, de Djavan, toca e são mostradas imagens tanto do elenco atual do filme quanto do elenco original. Viajei no tempo direto para a minha adolescência e confesso que valeu a pena ter assistido o filme só por esse momento.

Não é filme excelente, mas é um boa distração para o final de semana e para quem é fã da série original, as cenas finais são imperdíveis!