quarta-feira, 15 de abril de 2015

Bonequinha de Luxo, Truman Capote


Título: Bonequinha de Luxo
Título Original: Breakfast at Tiffany's
Escritor: Truman Capote
Ano de Publicação: 1958
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 152
Nota: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

Bonequinha de Luxo, do escritor norte-americano Truman Capote, foi escrito na década de 50 e rapidamente tornou-se um dos livros mais populares do século XX, principalmente por conta da adaptação cinematográfica de 1961, estrelada por Audrey Hepburn. 

O livro, narrado por um aspirante a escritor, conta a história de Holly Golightly, uma jovem alpinista social que transita nos altos círculos de Nova York buscando um marido capaz de sustentá-la. O narrador, vizinho de Holly, vê-se subitamente fascinado por essa garota tagarela e amalucada que parece viver apenas para as festas e para as roupas. À medida que o relacionamento dos dois evolui para uma amizade, o narrador percebe que Holly esconde alguns segredos de seu passado por trás de sua aparente figura despreocupada e hedonista.  

Bonequinha de Luxo é um livro curto e de leitura muito rápida. Truman Capote, com uma escrita impecável, transporta o leitor para a intensa vida social de Holly Golighly, repleta de luxo e figuras curiosas, quase caricaturais. Os diálogos são sempre divertidos e irônicos e é justamente através deles que conhecemos um pouco mais a icônica personagem principal do livro. 

Um dos motivos para o livro ter rapidamente se tornado um sucesso é abertura com que, em plena década de 50, Capote trabalha certos temas polêmicos. Assim, a homossexualidade do narrador da história e o fato de Holly ser uma espécie de prostituta de luxo são fatos tratados com naturalidade por quase todos os personagens da história. Há inclusive indícios de que a própria Holly seria bissexual. Os temas eram tão controvertidos na época que a adaptação cinematográfica os suprimiu, transformando Bonequinha de Luxo em uma história de amor que seria melhor aceita pelo público.

Holly Golighly é sem dúvida uma das personagens mais curiosas da literatura. Ela tem o jeito espevitado de uma moleca, mas ao mesmo tempo é elegante e sedutora; é ingênua, mas em certos momentos demonstra um esperteza fora do comum; aparenta ser fútil, mas também parece ocultar grande profundidade dentro de si mesma. Suas idiossincrasias são inúmeras e nos vemos tão fascinados por ela quanto o narrador da história.  
Descobri que o que me faz sentir melhor é apanhar um táxi e ir até a Tiffany's. Fico logo mais calma com a serenidade e o ar digno que aquilo tem. Não há nada de realmente terrível que nos possa acontecer ali, com aqueles homens de roupas elegantes, e o cheiro fantástico da prata e das carteiras de crocodilo. Se eu encontrasse um lugar na vida real que me fizesse sentir como a Tiffany's, não hesitava em comprar mobília e dar um nome ao gato. (Holly Golighly)
O que Truman Capote criou com Bonequinha de Luxo é raro de ser encontrado na literatura: um livro leve e divertido, mas que aborda com extrema sensibilidade os complexos sentimentos humanos. O resultado final é um livro adorável que, ao mesmo tempo que nos faz sorrir, inspira uma reflexão sobre as alegrias e as tristezas da vida. 

ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA

Bonequinha de Luxo foi adaptado para o cinema em 1961, com Audrey Hepburn no papel de Holly Golighly. O filme foi indicado a cinco oscars e venceu em duas categorias: melhor canção original e melhor trilha sonora.

Para que o filme fosse melhor aceito pelo público da época, a amizade entre Holly e seu vizinho escritor foi transformada em um romance, o que seria impossível no livro por conta da homossexualidade do personagem.

Os bastidores do filme revelaram que Truman Capote queria Marilyn Monroe para o papel principal, mas a atriz se recusou a interpretar Holly por medo do impacto que o papel de um prostituta poderia ter em sua carreira. Audrey Hepburn assumiu então o papel, mas exigiu que a prostituição de Holly ficasse apenas implícita no filme. Truman Capote, em uma entrevista, afirmou que nunca pensou em Holly Golighly como uma prostituta, mas sim como uma "gueixa moderna". De fato, no livro fica claro apenas que Holly tem muitos parceiros sexuais dispostos a arcar com suas despesas. 

Givenchy foi responsável pela criação de alguns dos vestidos que Audrey Hepburn usa no filme, incluindo o hoje icônico vestido preto da capa do filme. A imagem de Audrey com uma cigarreira e o clássico pretinho básico é uma das mais famosas do século XX.

A trilha sonora do filme é incrível, mas seu grande destaque é sem dúvida a música "Moonriver", na voz de Audrey Hepburn. Em uma das cenas mais famosas do filme Holly está sentada na escada de incêndio de seu prédio, vestida com uma calça cigarrete e calçando sapatilhas, tocando violão e cantando "Moonriver", uma música que remete ao passado da personagem.

Vídeo no YouTube:


  






7 comentários:

  1. Adorei sua resenha, me deixou com vontade de ler o livro. Assisti ao filme e gostei da fotografia, da atuação de Audrey Hepburn, a trilha sonora, o famoso pretinho e os diamantes, mas achei a história bem fraquinha. Se não tivesse lido uma boa resenha não leria o livro.
    Beijos

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    1. Oi, Flávia! ^_^
      Eu particularmente acho o romance do filme Bonequinha de Luxo um pouco forçado, justamente porque no livro a base do relacionamento deles é uma amizade sem qualquer interesse sexual. Se ele não fosse gay, Holly nunca teria se sentido tão à vontade para, por exemplo, escalar a escada de incêndio e entrar no quarto dele de noite, né? Risos.
      Eu gostei muito do livro. Espero que você goste também.
      Beijo!

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  2. Aqui está um livro que nunca li mas gostava muito de ler.

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    1. Eu também tinha muita vontade de ler, Cláudia, e não me decepcionei nem um pouco. É um livro bem pequeno, mas que ficamos com vontade de reler.
      Beijo! ^_^

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  3. Oi, Duda! Acredita que nunca assisti a esse filme? Nem sabia que era a adaptação de um livro. Infelizmente a história não me deixou curiosa, mas gostei bastante da sua resenha. Beijos!

    http://frases-perdidas.blogspot.com.br/

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    1. Gabi, assista pelo menos o filme. É um clássico. E uma curiosidade: era o filme favorito de Blair, de Gossip Girl (não sei se você assistia).
      Beijo! ^_^

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  4. Apesar de gostar do filme, acho que gostarei ainda mais do livro, já que também considero o romance na tela meio forçado. Vou ver se leio logo (esse e mais 9832674040 livros...hahaha).
    bjo

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