segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Austenland, o filme


Título Original: Austenland
Diretor: Jerusha Hess
Ano de lançamento: 2013
Gênero: Comédia-Romântica

Como fã de Jane Austen que sou, aguardei ansiosamente pela oportunidade de assistir esse filme. Reporto alegremente que, mesmo tendo criado grandes expectativas, não me decepcionei nem um pouco. O filme é leve, divertido e despretensioso, perfeito para uma tarde preguiçosa de domingo. Quem conhece as obras de Austen vai ser capaz de apreciar esse filme ainda mais, já que as referências aos livros dela são inúmeras e muitas das piadas exigem esse conhecimento prévio, mas isso não impede os não fãs de apreciar a experiência.

E vamos à sinopse! Jane (Keri Russell) passou dos trinta anos e ainda não encontrou seu príncipe encantado, que, para ela, viria na forma do Sr. Darcy, o mocinho do livro Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Ela decide, então, gastar todas as suas economias para passar as férias em Austenland, uma propriedade no interior Inglaterra. Em Austenland simula-se a vida durante o Período Georgiano da Inglaterra e seus hóspedes, juntamente com atores profissionais, reproduzem os romances de Jane Austen.

O roteiro do filme foi baseado em um livro de mesmo nome, da escritora Shannon Hale, que ainda não tem tradução para o português. A Editora Record anunciou que lançará uma edição brasileira ainda esse ano. [Atualização em 09/04/2014: o livro foi lançado! Leia a resenha aqui]. 

Como muitos filmes do gênero comédia-romântica, a base da história de Austenland é aquele bom e velho triângulo amoroso que todo mundo adora. De um lado, temos o Sr. Nobley (J.J. Feild), um dos atores, que intriga Jane logo da cara por parecer tanto com o Sr. Darcy, e, de outro lado, temos Martín (Bret McKenzie), um simpático funcionário da propriedade. O que faz a diferença, aqui, é o fato de o ambiente ser simulado e repleto de atores, o que torna difícil para Jane identificar o que é interpretação e o que não é. Com isso, o triângulo amoroso, ainda que clichê, torna-se divertido e interessante. 

Com exceção dos três personagens principais que compõem o triângulo amoroso, todos os outros personagens parecem saídos diretamente de uma peça teatral de qualidade duvidosa, mas isso não incomoda nem um pouco, já que as interpretações exageradas e ridículas são esperadas de um grupo composto por atores amadores contratados pela proprietária de Austenlan e por hóspedes não atores. É justamente esse exagero que dá o tom cômico do filme.  

Brincando com os lugares comuns das obras românticas, Austenland levanta um questionamento: até que ponto deixamos nossas concepções do que é um parceiro ideal influenciarem nossa percepção? Fazemos nossas escolhas de vida com base em fantasias utópicas de um relacionamento que só existe na ficção? E o melhor é que a resposta não é tão preto no branco como imaginávamos que seria.

Recomendo para todos que estão precisando dar uma boa risada!

Curiosidade. Durante o filme, eles ensaiam e apresentam uma peça de teatro, que é exatamente o que acontece no livro "Mansfield Park", de Jane Austen. Paradoxalmente, é durante esses ensaios que todos sentem-se à vontade para expressar seus reais sentimentos, como se o fingir de alguma forma libertasse.  

3 comentários:

  1. Eduarda, ótima resenha! Infelizmente fui com expetativa e me decepcionei com o filme. Os pontos que me incomodaram foram: protagonista apática e inconsequente; achei os personagens forçados, beirando ao ridículo; e por fim, a proposta da narrativa é boa, mas não flui bem. Já os pontos positivos: achei bacana mostrarem as mulheres se entediando rápido com as atividades ditas femininas; como comentei anteriormente o enredo tem uma proposta boa; e achei o final uma gracinha.
    Sobre o livro, é bem provável que eu adquira. Parece que é diferente do filme. E você, vai comprar?
    SPOILER: Eduarda, creio que não exista triangulo amoroso na trama. Martin estava atuando e ele só se aproximou de Jane a pedido de Mrs. Wattlesbrook. Acho que ele não estava apaixonado por ela. Pelo menos não me passou essa impressão.
    A ecobag ‘I Love Mr. Darcy’ é tão bonitinha *_*
    Beijos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lulu, eu já sabia que o filme era bestinha, então já assisti com essa ideia em mente. Provavelmente isso me ajudou a não levar nada daquilo muito a sério... A expectativa é a mãe da decepção =P
      Quanto à protagonista, eu concordo com você. Acho que a personalidade dela não foi muito explorada. Mas eu era super fã da série Felicity, então amo Keri Russell. Foi ótimo rever ela.
      Quando o livro for lançado aqui no Brasil, devo ler sim, mas duvido muito que ele seja melhor que o filme. Eles devem ser parecidos...
      A ecobag é muito fofa mesmo!
      P.S. Você já viu uma série britânica chamada Lost in Austen? A ideia é mesma, exceto que a protagonista literalmente viaja no tempo para a época de Austen.
      SPOILER: a gente só descobre que o triângulo não existe no final, né? E sem eles dois "disputando" ela, o filme não existiria. Hahahahahahaha
      Beijo!

      Excluir
    2. Eduarda, eu tinha esperança Ç_Ç “O Diário de Bridget Jones”, por exemplo, me surpreendeu bastante e adorei o filme. Esperava que “Austenland” seguisse a mesma linha no quesito de diversão. Infelizmente não foi esse o caso.
      Só lendo o livro, mas acredito que a personalidade de Jane tenha sido alteada no filme.
      Semelhanças terão, já que o longa foi baseado no livro. Porém nas adaptações existem mudanças significativas da obra original. Os produtores adaptam a obra literária para a tela. E dependendo de quem esteja no comando, podemos ver boas ou péssimas adaptações.
      P.S. Resposta: Já vi “Lost in Austen” e adorei! Ela é uma das séries que torço para ser lançada em DVD / Blu-ray no Brasil. Muito legal!
      SPOILER: pois é, só descobrimos no final (mas eu comecei a suspeitar na cena que a protagonista volta com o Mr. Henry a cavalo e o vestido dela está rasgado; Martin fica olhando Jane como se ela fosse um pedaço de carne). No geral “Austenland” apresenta o falso triangulo amoroso. Enfim, achei boa a ideia dos funcionários serem atores e ela ter medo de se apaixonar etc., mas no filme ficou mal construído.
      Eduarda, já viu o novo lançamento da Companhia: “As sombras de Longbourn”? Estou bastante curiosa ^_^
      Bjs!

      Excluir