Escritor: John Williams (Estados Unidos)
Ano de Publicação: 1965
Editora: Rádio Londres
Gênero: Drama
Páginas: 314
Nota: ♥ ♥ ♥ ♥
O livro conta a história de William Stoner, um homem que, por ser filho de humildes camponeses, estava destinado à vida no campo. É seu amor pela literatura que faz com que ele trilhe um caminho bem diferente: torna-se professor universitário. Em Stoner, acompanhamos 50 anos da vida pacata, simples e aparentemente insignificante desse homem, desde sua infância até sua morte.
Confesso que demorei a entender por que uma história tão banal estava agradando tantos leitores e recebendo tantos elogios da crítica. Duvidei de seu potencial e comecei a leitura desconfiada. Se você, como eu, também está reticente, ou até descrente, deixo aqui
10 MOTIVOS PARA LER STONER:
1. O livro, inicialmente publicado em 1965, foi completamente esquecido. Foi só com sua republicação, em 2003, que o livro alcançou seu sucesso atual. É no mínimo curioso tentar compreender por que essa história mexeu tanto com o leitor moderno. Seria algo sintomático de nossa época obcecada pelo sucesso?
2. Às vezes amamos Stoner, às vezes o odiamos; às vezes admiramos sua perseverança, às vezes detestamos sua passividade; às vezes aprovamos suas escolhas, às vezes queremos esganá-lo por conta de suas decisões equivocadas. A construção do personagem é tão perfeita que constantemente nos perguntamos se Stoner realmente existiu. Um ser humano tão falho e tão real pode ser só uma ficção?
3. A escrita de John Williams é simples e descomplicada, mas extremamente eficaz nas imagens que cria. São imagens que ficam com o leitor muito depois do término da leitura.
4. Há diversos momentos comoventes e emocionantes durante a leitura, o que mostra que até mesmo as histórias mais simples, quando bem contadas, são tocantes.
5. O livro é um hino de amor à literatura e à educação, mas nunca perde de vista as dificuldades do ensino e da aprendizagem, sempre tecendo as críticas pertinentes.
6. O livro fala sobre o casamento, o amor, a paternidade e o envelhecimento de forma madura e inspirada.
7. Stoner sofre grandes injustiças por conta de dois personagens que são um enigma para o leitor. É um desafio tentar compreender suas motivações e suas personalidades.
8. O livro mostra como as duas grandes guerras, a quebra de bolsa de 1929 e Pearl Harbor repercutiram na sociedade americana e na vida universitária.
9. O livro mostra como somos profundamente influenciados pela forma como fomos criados e a todo tempo pergunta ao leitor se podemos superar a educação que recebemos, trilhando nosso próprio caminho e escolhendo nossos próprios valores.
10. O livro nos faz pensar em nós mesmos e no quanto nossas vidas são tão insignificantes quanto a de Stoner, mas ao mesmo tempo nos mostra a beleza de uma vida humana, por menor que possa parecer.
E aí? Ficaram inspirados? E se já leram, o que acharam?
* O blog Maquiada na Livraria é parceiro da Editora Rádio Londres, mas as opiniões aqui expressadas não sofrem qualquer tipo de influência. Para saber mais detalhes sobre a editora, clique aqui.
Adorei o texto, Eduarda! Você resumiu todas as qualidades do livro! Uma coisa que me tocou muito foi essa sensação que o livro deixa, eu passei alguns dias com o livro na cabeça depois de terminar de ler. Como você falou, o Stoner é tão real que eu senti como se tivesse convivido com uma pessoa de verdade. Se não me engano a Rádio Londres vai lançar outro livro do John Williams, deve ser bom também. =)
ResponderExcluirBeijos!
Oi, Lua! ^_^
ExcluirO livro realmente deixa uma impressão muito forte na gente, né? E essa sensação perdura muito tempo depois da leitura, como tivéssemos nos tornado amigos do Stoner. Às vezes até esqueço que ele é um personagem fictício.
Será que eles vão lançar mesmo outro livro do Williams? Tomara! Gostei muito da escrita dele. Vi que ele ganhou o Man Book Prize por outro livro chamado "Augustus".
Beijo! ^_^
Estou há dois meses ensaiando para ler esse livro e confesso que essa foi a primeira resenha que li, porque sei que você só conta o essencial quando fala sobre suas leituras. Agora vai. Depois conto o que eu achei.
ResponderExcluirBeijo! ^_^
Oi, Flávia!
ExcluirEspero que goste da leitura. Pelo que conheço do seu gosto literário, acho que vai te agradar.
Beijo! ^_^
Excelente!
ResponderExcluirFiquei com vontade de reler...Foi uma leitura muito agradável.
Também vou querer reler Stoner no futuro, Cláudia ^_^
ExcluirEmbora eu não tenha gostado tanto do livro, seus 10 motivos realmente captam o que o livro tem de melhor e que explicam seu sucesso recente. Stoner é um personagem ficcional incrível por suas falhas e semelhanças com os seres de carne e osso. Isso é assustador, não?
ResponderExcluirbeijo
É assustador mesmo, Michelle. Inclusive eu tenho que reler sua resenha agora que finalizei a leitura. Bem lembrado!
ExcluirBeijo! ^_^
Oi!
ExcluirRespondendo ao seu comentário lá na resenha: eu fiquei curiosa para saber as motivações dos antagonistas até certo ponto, mas depois isso perdeu a importância diante da apatia do Stoner e da minha decepção com o nível de paixão dele pela literatura, que acabaram falando mais alto como pontos negativos.
bjo
Eu gosto de histórias simples e acredito que tal tipo de narrativa seja um desafio. Quero fazer a leitura de Stoner no futuro próximo e felizmente estou sem nenhuma expectativa. Digo felizmente, pois a tal ‘expectativa’ pode atrapalhar. Ah, ficou ótimo seu post listando os 10 motivos para ler Stoner! Beijos, Eduarda!
ResponderExcluirSim, Lulu! Leia sem expectativas! É a melhor coisa que você faz, viu?
ExcluirBeijo! ^_^
Amei sua resenha! Estava vem dúvida se o livro valia tanta comoção...
ResponderExcluirResenha maravilhosa, realmente deu vontade ler o livro com suas pinceladas.
ResponderExcluirAmei seus comentários
ResponderExcluirÉ um livro maravilhoso, desses marcam a vida da gente pela leveza e profundidade da narrativa. Livro para se ler mais de uma vez e em diferentes momentos da vida. Li agora pela primeira vez, aos 61 anos, e fico imaginando como seria se o tivesse lido com uns 30 anos a menos.Sou escritor e posso dizer que cada página deste livro é uma aula de redação. Incrível como o autor consegue dizer tanto com tão poucas palavras, como conhece do seu ofício. Ressalto também nesta edição da editora Rádio Londres, o posfácio de Peter Cameron. Fazia tempo que não lia algo tão bom, simples, forte e inquietante. Se você quiser explicar para alguém a diferença entre literatura genuína e neste sellers, não explique, recomende a leitura de Stones.
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